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    14 de fev. de 2012

    Cibercrime: como agem os bandidos virtuais (7'01'')- Reportagem Especial

          Reportagem Especial

    Cibercrime: como agem os bandidos virtuais (7'01'')

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    Resumo
    A reportagem especial desta semana é sobre cibercrimes, aqueles cometidos com a ajuda da tecnologia. Onde está o perigo? Você sabe se proteger? O que as autoridades estão fazendo para barrar a investida virtual dos bandidos? São cinco matérias sobre o tema. Nesta primeira, você vai saber que esse é um tipo de crime que, apesar de invisível, pode fazer males bem reais. A reportagem completa é de Ginny Morais, com produção de Cristiane Baker de Lucélia Cristina.

    TEC: EFEITO ESPECIAL + TRILHA FUNDO ASSALTO -"Mãos ao alto!"

    Desse jeito é fácil identificar um assaltante, não é?

    Mas não se iluda. A ausência de uma arma ou de violência não quer dizer que você esteja seguro. Ainda mais em tempos de internet.

    Mais de 2 bilhões de pessoas no mundo estão conectadas por meio da rede mundial de computadores e esse número cresce a todo momento, principalmente em países como o Brasil, onde aproximadamente a metade da população ainda não tem acesso a essa tecnologia. E é no meio dessa gente toda, de toda a liberdade da internet, que está o perigo. O crime que a gente não vê.

    A cada segundo, 14 pessoas são vítimas de algum crime na internet, o que dá um milhão de vítimas por dia, segundo a empresa Symantec, que atua na área de segurança virtual. Esse mesmo estudo mostrou que só no Brasil são mais de 3 mil vítimas por hora.

    Por aqui ainda não existe uma definição certinha, em lei, do que é um crime virtual, cibercrime ou crime cibernético - como você preferir chamar. Apesar disso, autoridades e especialistas falam mais ou menos a mesma língua: é um crime que envolve tecnologia, computador, celular, internet. O mestre em Direito pela Universidade de Brasília Paulo Rená fala da principal característica desse tipo de crime:

    "Cibernético é um comando que feito a distância, de forma remota... o crime cibernético é um crime praticado a distancia, no caso, realizado por meio da internet ou por outro aparato, mas que a prática do crime não aconteça no local onde ele é executado"

    Exemplos de cibercrimes não faltam. Por incrível que pareça, quase tudo de ruim na vida real também pode ser feito virtualmente. O delegado Carlos Eduardo Sobral, chefe da unidade de repressão a crimes cibernéticos da Polícia Federal, dá alguns exemplos:

    "Qualquer conduta que acontecia no passado, como o tráfico de drogas, a pornografia infantil, a pirataria, quando se usa o computador, e esse computador potencializa essa conduta, ampliando o mercado ou facilitando a comunicação, a gente configura como crime cibernético. E agora tem os crimes cibernéticos novos, crimes de alta tecnologia, que são as condutas contra os computadores, contra a informação armazenada no computador, com a alteração dos dados, a subtração dos dados, a divulgação dos dados, a interrupção do funcionamento nesse computador."

    Ou seja, os cibercrimes não miram só pessoas, mas também máquinas.

    A gente teve vários exemplos disso no ano passado, quando sites de órgãos públicos foram alterados por hackers. Até o e-mail da presidente da República, Dilma Rousseff, foi invadido. O maior ataque virtual aconteceu em junho. O site da Universidade de Brasília foi um dos alvos, como conta Jorge Fernandes, diretor de informática da instituição:

    "Existe uma certa vulnerabilidade dentro do sistema. Alguém invadiu esse sistema ou entrou sem autorização e distorceu algumas mensagens que tinham lá dentro, algumas informações, algumas notícias que tinham no site"

    No fim das contas, a única consequência do ataque foi que o site da Universidade foi tirado do ar até que tudo fosse corrigido. Outro site invadido foi o do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, como lembra o diretor de informática do órgão, Paulo César Moraes:

    "Um hacker... se utilizando de fragilidades que existiam, teve acesso ao servidor onde estava a nossa página e ele, então, trocou a imagem da página por um olho . Com a pele verde, azul imitando assim as cores da bandeira brasileira, eles conseguiram entrar lá e trocar a imagem da página, só, mas não conseguiram ter acesso a qualquer dado sigiloso"

    Paulo César conta que o susto foi grande, porque o sistema do IBGE guarda as estatísticas oficiais do país, como a contagem da população e até índices econômicos. Apesar de isso não ter acontecido, ficou um clima de insegurança.

    "Ficou sem estar disponibilizada a página do IBGE para o público em geral, isso foi o que ocorreu de dano realmente, dano imediato, digamos. Indiretamente, outro dano que pode ter ocorrido pra gente, a gente já recebeu pedido de esclarecimentos de pessoas ou de empresas que fornecem dados para as pesquisas do IBGE, preocupadas se os dados delas não estariam, de alguma forma, sendo acessados por pessoas que estariam invadindo a página. O que não ocorreu, felizmente"

    No caso dos ataques aos sites governamentais, as investigações da Polícia Federal ainda não deram em nada. E a gente pode até dizer que as consequências das invasões foram leves, porque, no geral, os sites só ficaram fora do ar. Mas nem por isso é possível baixar a guarda. Dependendo da ofensiva virtual, ela pode fazer males bem reais, como explica o delegado Demetrius Gonzaga, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes do Paraná:

    "Se o criminoso quiser, ele pode matar usando o computador, ele pode ter interferência em sistemas de controle de tráfego aéreo, rodoviário, ferroviário, pode ter acesso a sistema de hospitais, de redes públicas de abastecimento de energia, então são situações em que o criminoso pode causar mortes em massa, se não houver controle efetivo e possibilidade de rastreamento"

    O problema é que pessoas comuns, sem saber, acabam ajudando nesses ataques dos hackers. Como? Tendo vírus no computador, como explica o chefe do Centro de Defesa Cibernética do Exército, José Carlos dos Santos.

    "O cidadão, às vezes, não tem noção que baixando um programa de origem duvidosa ele está contribuindo para multiplicar as ferramentas de ataque. Às vezes a gente baixa um programinha que parece ser inofensivo e ele contém códigos maliciosos que formam uma rede mundial de computadores, de smartphones para configurar um ataque que pode ter consequências sérias para alguns serviços públicos"

    Como tudo ao nosso redor está cada vez mais informatizado, um ataque virtual pode até paralisar um país. E o que não falta é gente querendo fazer isso. A última estatística do Governo Federal mostra que seus sistemas sofriam 200 mil tentativas de ataques por dia. Só nos do Exército são 2 mil tentativas diárias, e cerca de 1% tem sucesso, segundo o general José Carlos dos Santos.

    De Brasília, Ginny Morais.


    terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
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