Presos pela PF planejavam atentado contra alunos da UnB
Brasília - A Polícia Federal (PF) acredita que Emerson Eduardo Rodrigues e Marcelo Valle Silveira Mello, presos na “Operação Intolerância” por suspeita de incitar a violência contra mulheres, negros, homossexuais, nordestinos e judeus, e o abuso sexual de menores, estavam planejando um atentado contra um grupo de estudantes da Universidade de Brasília (UnB).
Presos confessaram plano de ataque aos estudantes em Brasília | Foto: Reprodução Internet
Policiais encontraram na casa de um deles um mapa que seria de uma casa frequentada pelos universitários em eventos sociais. Além disso, os dois teriam dito ao delegado Flúvio Cardinelli que tinham a intenção de cometer o crime.
Na página da internet mantida por eles, no post "Estudantes de Ciências Sociais da UnB, estamos a caminho", são encontradas frases que demonstram a intenção de matar os estudantes. "A cada dia que se passa fico mais ansioso, conto as balas, sonho com os gritos de vagabundas e esquerdistas chorando, implorando para viver. Vejo o sangue para tudo quanto é lado, manchando uma camiseta com o logotipo do PSOL/PSTU".
A PF também suspeita que Rodrigues e Mello tivessem contato com Wellington Menezes de Oliveira, que ficou conhecido como o atirador de Realengo em 2011, quando entrou atirando em uma escola do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, postagens no site dos dois mostram frases parecidas com as usadas pelo atirador.
"As leis idiotas que criaram foram criadas por individuos fracos e parasitas, estes na primeira revolução serão os primeiros a levarem bala. Mas criamos este blog por isto, apenas os apaixonados podem despertar paixão nos outros. Despertamos no Wellignton, estamos despertando em vários outros", está escrito em uma das postagens.
Além disso, eles contaram à polícia que foram procurados por Oliveira para orientá-lo como proceder na ação criminosa. De acordo com Cardinelli, eles disseram ainda pertencer a uma seita que prega o extermínio de quem “não é fiel à causa”.
Denúncias
Segundo a PF, o Núcleo de Repressão aos Crimes Cibernéticos da corporação, o Ministério Público Federal e a Ong SaferNet receberam aproximadamente 70 mil pedidos de providências a respeito do conteúdo criminoso da página, um número recorde de participação popular no controle do conteúdo da internet brasileira.
A polícia investiga se há o envolvimento de outras pessoas. Rodrigues e Mello devem responder por crimes de incitação/indução à discriminação ou preconceito de raça, por meio de recursos de comunicação social (Lei 7716/89); incitação à prática de crime (art. 286 do Código Penal) e publicação de fotografia com cena pornográfica envolvendo criança ou adolescente (Lei 8069/90-ECA).
De acordo com a decisão judicial que decretou a prisão preventiva dos criminosos há "elementos concretos colhidos na investigação demonstram que a manutenção dos investigados em liberdade é atentatória à ordem pública. A conduta atribuída aos investigados é grave, na medida em que estimula o ódio à minorias e à violência a grupos minoritários, através de meios de comunicação facilmente acessíveis a toda a comunidade. Ressalto que o conteúdo das ideias difundidas no site é extremamente violento. Não se trata de manifestação de desapreço ou de desprezo a determinadas categorias de pessoas (o que já não seria aceitável), mas de pregar a tortura e o extermínio de tais grupos, de forma cruel, o que se afigura absolutamente inaceitável”.
As informações são do IG
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